Uma ponta da verdade

A verdade é que escrevo e nem tanto como queria,
A verdade é a ponta do iceberg da existência,
Respondeste me com a verdade que já sei.

Sobraria então a mentira para contar a minha vida,
É paradoxal que alguém que se considera honesto
Precise das mentiras dos outros para contar o resto,
Da historia… para que fique na memoria,
E para quê? Para que a honestidade seja apenas ilusória?

A mentira serve para vos dizer a verdade que não querem ouvir,
A metáfora falseada só quer dizer o que não quero explicitar…
No fundo ela é a mascara que não queremos ou queremos construir.
É a luva que temos de usar para darmos chapadas brancas,
Sem mácula de preconceitos, nem das ideias que “espancas”.

E ás vezes era melhor que o controle assumisse a sua essência,
Que o descontrole ficasse preso na racionalidade da consciência,
Mas se não está?… paciência. Ficas tu com a consequência.

Ficas tu só com a tua capacidade de decisão,
Ficas com a faca e o queijo não mão, como diria o povo,
Agora decides ou não recomeçar de novo?