Um suspiro depois

Um suspiro depois e és minha,
Mas o que parece um fim é um começo,
Porque cada traço em que a mão caminha.
É como um milhão de estrelas que não esqueço.

São tão pequenos todos os pormenores dos teus lábios,
Que respiro através deles o enlevo e o desejo que temos,
E faço coisas de sabidos, dizes-me entre dedos trémulos.

Sei decore como a tua espinha caminha da nuca á base,
Porque perco eternidades nesta nossa primeira fase.

Rasgo o caminho por entre as estradas curvilíneas,
Os atalho de prazer puro que encontro nos becos sem saída,
Mas somente tacteando os limites que não queres nem delineas,
São superproduções de impulsos nervosos em seguida.

Já que não distingo o teu do meu corpo, porque nunca foram dois,
Deixa-me ficar absorto... um momento depois.

Se o corpo se contorceu nas voltas de toda uma paixão,
Se me absorves toda a vida e me devolves em duplicado,
Fica também com a minha alma e o meu coração,
E faz com que eu seja mais completo e menos complicado.