Ficarei preso

Insistindo mais uma vez, fico mais perto,
A mentira que conto é o mais concreto,
O toque será não o que sinto mas o mais esperto…
Fico segundos ou dias a achar que fiz certo.

Driblei as minhas emoções, fintando o obvio,
Fica-me a saber amor aquilo a que chamava ódio,
Baralhado, estando em ultimo achando-me no pódio…

Estando tudo controlado, sou então dono de mim,
Acho-me e vejo-me assim… num pedestal sem fim.
Protegido da opinião alheia… que para mim nem é areia…

Presunção quando penso no que faço,
Mas analisando bem o que criei como espaço,
Já não vivo de outra maneira… nem se quer outra reconheço,
Porque na vida inteira… criei este muro espeço, que não esqueço.

Ficarei eu protegido do bom e do mau, do interessante e ignorante,
Ficarei preso porque quero no meu próprio instante.

Demasiada Filosofia

Sistemas cheios e complexos,
De elementos conexos com múltiplos nexos,
Sem piedade neurológica dos efeitos,
Que produz, produzindo o material de que somos feitos.

E em estereótipos se divide aquilo que era homogéneo,
E classicistas experimentam teses que não ajudarão,
Isto é um nó de marinheiro, e precisara de um toque de génio,
Para purificar e simplificar os sentimentos dos que se seguirão.

Olhando vejo sol e chuva na mesma hora,
Observando fico por aqui e agora…
Desisto de ti! Vou-me embora…

Mas, porque há sempre um em qualquer momento,
Fico mais um instante que dura todo o tempo,
Aquele que a vida compreende,
A observar a humanidade diluir-se lentamente.

Chorar? Mas porquê? Eles caminham livremente,
Frustrar tentativa de correcção consecutivamente,
Já deixou de ser uma opção,
E incluir-me-ei na reprimenda porque não sou oposição,
E tentarei a emenda de fora até ao coração.