Há mais do que o que vês!

Há mais do que as gotas que agora vês,
Sim, digo agora, porque antes não havia definição,
Não era capaz de uma vez, captar a realização.

Há muito do vento que nos transborda pela pele,
Que só nos quer afugentar a poeira nociva para nós,
O passado fugimos dele, a vida trata de correr para a foz!

Maus tratos psicológicos ficam gravados por muito tempo,
E a pessoa nua da sua dignidade já nem pessoa é, não existe,
A realidade é o momento, é nele que toda a variável persiste!

A cara já não mostra nada porque é habituada a esconder,
Então tudo o que acontece distorce para algo mais leve e solto,
Sempre a condescender e não se educa o ser que é em si absorto.

Objectos espalhados num raio demasiado grande para uma pessoa só,
Por cima e em baixo de todas as menores lutas que alguém ali teve,
Tentando estar em cima da mó, mas roda tanto que ninguém se susteve.

São agora apenas correntes de ar num céu infinito de normalidade,
Sorrisos já não se fabricam nem com o corante amarelo da falsidade!
Intrínseca esta verdade… Qual é o preço que pagas para remover a maldade?

Verdades Retorcidas

Estou deserto para sair desta multidão de desconhecidos,
Estou tão certo de mais esta decisão que todos ficarão esclarecidos.

Achares que é por ignorância que não faço uma parte de tudo
Faz-me chorar interiormente por ti e por mim ao mesmo tempo
Por ti porque não me (re)conheces e a ti porque não te conheço.

Digo-te que as feridas não saram mais porque já não tenho plaquetas,
E pensas que já nem sangro porque já passou demasiado tempo?
Mas enganas-te mais redondamente que o circulo mais perfeito.

Não te atrevas sequer a pensar que algo do que tenho é herdado de ti,
Faça apenas o que quer, o proponha-se a pesar o que me levou ao que decidi.

Juras são mentiras fugazes que nos turvarão o futuro,
E se não entendes isto não faças de conta que me compreendes,
Não te autorizo a pensares ou a fazer de conta que sou eu!

Eu rasgo e parto e corto tudo aquilo em que consigo tocar,
Tu dizes que é normal esta fome que tenho de poder,
Eu não quero saber ao que sabe a tua esperança em mim.

Pára já! Não me podes concertar mais vez nenhuma!
Já não há! Fica a esvaziar que a esperança para mim é espuma!