Momentos Sucintos

Dos momentos que não se fazem,
Se faz a glória dos momentos que não acontecem,
Das palavras que não se dizem,
Faz-se o silencio das ideias que esmorecem.

Saber que se é inconstante como o pensamento,
É bom ou mau depende da alma que acolhe essa inconstância,
É esse o valor de saber pensar e agir, sem metaforas para esconder significados,
É esse o teu saber sentir, o teu saber fazer sem sermos demasiado complicados.

Simplificar... respirar e sentir,
E muitas vezes chorar para depois sorrir.
Pratico, lesto e astuto...
Prespicaz, influente e resoluto...
è este o lado bom de ser,
Será que queremos faze-lo desaparecer?
Pi aproveitamos para aprender e crescer?

Tá a Acordar!

RAP TuGa

leva me a alma/porque não me levas a calma/


Queres destruir o que construi?/Afinal que seria de ti sem mim?/
queres esfregar me o orgulho na cara?/prepara te porque essa merda vai sair te cara/
Não és de um Gang como querias/és parte de uma vara/desses porcos de todos os dias/
enrolas a lingua como quem enrola mortalha/porque sabes que a tua vida 'tá no fio da navalha/
Não quero "homies" ou coisa que o valha/porque Lc HnS não se atrapalha/
deixa me vencer mais uma batalha/nesta guerra que é vida/
Deixa que quem é grande tambem se espalha/e aí a posição é fudida/
Não só a posição fisica mas tambem mental/não só geografica com a universal/
Sabes bem que o peso da ignorancia é colossal/Como o peso das compras de Natal/
No orçamento familiar/que já tá há muito a falhar/
Elas a vendem-se a humilhar/Eles nascem prontos a roubar/
Não interessa a cor da pele/Se é branco ou preto/
Se é droga que eles vão sell/tanto faz de Cascais ou do Guetto/
Que tudo se mova... não há diferença,
Mas que continues parado... não existe paciência,
Desfazer o nó dos braços e continuar a trabalhar,
Desfazer o nó da lingua e começar a falar...
Acorda me a consciencia porque já percebi com o olhar,
Mas entre falar e fazer, entre teorização e acção,
Vai um passo de coragem de um bebé que se levanta do chão,
A coragem de quem caiu mas tem de andar sem o apoio da mão,
A mão quem nem sempre ou quase nunca vai lá estar,
Pregunta me quem me limpou as lagrimas quando estive a chorar,
Foi a coragem de um bebé que deixa de gatinhar e passou a andar,
E decidi como tu me levantar, e começar a reformular, aprender sem parar,
Mas fundamentalmente sem deixar de falar, porque a boca é o canal,
Da expressão que é livre e revolocionaria/ Mas que se torna turva e ordinaria/
Não boca de muitos putos da primaria/que já só têm inteligencia estacionaria/

Só rimas soltas para acordar a mente/
Muito complicadas para um cerebro a estriar/
Um mal que ataco bem de frente/
E o que me inoja ver a ignorancia a espalhar

És Realidade

Para a Lili ao som de Anathema - Are you there

Se o som me tranquiliza
Se é esse o toque que desliza na minha pele
então vou deixar que deslize, que me suavize

Cansado de não ser o que quero,
Cansado porque já nem espero,
Mas tranquilo... já não desespero.
Encontrei e não me escondi
Encontrei me para te poder encontrar a ti!

Se os versos são fugazes ou se fica para sempre,
Não sou eu quem decide, é a tua mente,
Já sonhaste encontrar quem não mente?
Eu já sonhei, pedi um desejo e acordei...

Acordei sem saber se tinha forças para enfrentar
Acordei porque não preciso de força para acordar,
Descansa agora o guerreio... porque há um sentimento a renovar,
Sonhei um sonho que pensei ser impossível de eu sonhar,
Acordei de novo e um homem novo respeitando o velho quis começar

Fiquei acordado a olhar
Porque pela primeira vez não acreditei na verdade:
Eras tu no meu sonho,
Ès tu a tal que suponho?
Ès tu és tu, finalmente és Realidade


Emanuel Almeirante