Através

Um pedaço daquilo que és,
Deixa-me colado aquele sorriso,
Que eu queria que fosses tu... Simplesmente.

Uma parte daquilo que vês,
Faz-me querer ser-te mais preciso,
A toda a hora... Indefinidamente.

Um momento dentro daquilo que crês,
Prende-me aquilo que já me deixou indeciso,
Porque me sinto ligado a ti... Constantemente.

Nada me fará ser mais perfeito,
Do que a tua capacidade de amar um defeito.

O nosso sítio




Sabes aquele aconchego da nossa casa?
que sentimos quando olhamos para nada?
É disso que preciso para estar contigo,
Um monte de espaço para criar o nosso abrigo.

Tão forte como aquelas casas de primeira classe,
Como os abraços que dávamos desde a primeira classe,
Quero essa felicidade aos pedacinhos,
Quero reconstruir outra vez novos caminhos!

Sabes aquele som da chuva a bater no estore?
Essa musica que o nosso coração sabe decore?
Que nos invernos da nossa vida tão frágil,
Nos torna um ser preenchido forte e ágil.

Sabes que o calor do teu olhar vem daquilo que vejo em ti.
Se sabes isso sabes que não posso, não quero, não consigo separar-me de ti.

Quero

Quero ser mais forte que o vento que sopra,
Ter mais coragem do que o medo que se me acerca,
Mas para isso preciso de ti.

Quero ser mais infinito que o oceano,
Ser mais real que o ultimo dos meus sonhos,
Mas para isso preciso de ti.

Quero o meu coração de volta,
dá-me a vontade de ser eu novamente, 
Mas para isso preciso de ti.

Paro e penso um pouco no que aprendi,
Penso no que dei, senti e e cresci,
E sei... que já não preciso de ti! 

Vida

Sobre pouco nos vamos deitando,

Pensado que muito ainda temos para nos tapar,
A Ilusão é assim mesmo. Corre sem parar!
Então aquilo que nos fez construir com propósito,
Que nos fez acreditar que podíamos conquistar o futuro,
Faz-nos cair na realidade de chão duro.

Pensando a quente veremos o mau que foi,
O quando doeu chegar ali e merecer ficar,
Mas pará, escuta e olhando deixa passar.

Nos olhos, nas mãos, em toda a nossa pele,
Está escondida a solução que queremos atingir,
Corre naquele pensamento que já te quis fugir!

É tudo aquilo de que precisas, mas nem sempre o que queres,
Tudo aquilo que identificas,tens e esperas,
Não... são só um monte de linhas sinceras.

Uma gota de nós

Só ser eu já me deu trabalho suficiente,
só demonstrar-me parece ser inconsequente,
Mas que faço eu? Só para ser coerente?

Mas depois bebo de ti sabores de um outro mundo, 
Mais completo, complexo e em tudo tão profundo,
Disfarçado de simplicidade para que não vejamos o fundo.

Sempre que as mão acariciam as linhas que o teu corpo tem,
Acariciam os olhos os lábios e brotam da alma que o corpo tem,
Mas mesmo sem mais nada o o corpo e o espírito se mantém.

Não esperes que me agarre a nada, para poder libertar tudo o que sou,
Porque dando tudo o que tenho dou tudo o que sou.

Saber o que não sei

Um pedaço de vento é o que sou,
uma parte de algo indivisível.
Sou o que sou, sem que isso seja visível,
mas mais que isso sou o que te dou.

Lembrar é uma parte importante,
é mostrar ou que se aprendeu ou que não se esqueceu,
mas será sempre pouco para alguém assim como eu,
que quer sempre mais acção a cada instante.

Algo me empurra para dentro de mim,
como que uma introspecção que quer forçada.
Para me desvendar assim? em troca de um nada?
Mas não é isso que sou? Não devo ser assim?

Acabo os dias sempre com mais perguntas,
daí se poderia deduzir com menos certezas,
A pergunta liberta, não me deixa as mão presas,
Saber o que não sei, deixa-me onde me encontras!

Lentamente mortal

Em pé no meio de todas as ruínas,
olha em redor cheio de ansiedade,
não distingue o sonho do que é verdade,
só pensa naquilo que tu abominas.
Então fica hirto a sentir a vibração,
é nova e displicente em ali estar,
ele serro mordaz mais um para jogar,
é bom sentir (se) aquela desilusão!
Do infeliz que ficou preso naquele sonho...
- Deves ser tu o meu novo brinquedo suponho!

Fala calmamente e não levanta o pó,
e cheira o próximo pedido chorosa "daquilo",
para ser rápido... mas não consegue impedi-lo!
Ele é lento meticuloso doentio e só.
Depois de tantos cortes em tantas direcções,
A "coisa" já se cansou de tentar responder,
Na esperança de o adormecer de ele já não querer,
Mas ele esperava isso e também gosta de inacções.
É um prazer doce, ver a impotência e o desespero,
a crescer e devorar a alma de quem já nada espero.

Já nem a incapacidade o pára agora,
já não faz diferença em que lado da vida ele mora!