Dedicação profunda

Só me lembro de sombras e silhuetas,
quando fecho os olhos para poder descansar.
Ténues ou mesmo pretas, que vêm para me provocar.

Inquieto até á ultima célula que vibra no meu ser,
é como fico quando cheiro, sinto e toco o teu corpo adormecido,
Porque é a ti que eu quero ter, até ficar completamente entorpecido.

Todos os gestos que se aprendem com o passar do tempo,
Ficam na memoria que não deixa que me esqueça de nada do que é teu,
E de cada vez que sopro o prazer ao vento, ele devolve-me o teu aroma a céu.

Mas nada de paradisíaco tem este nosso encontro,
è tudo rasgado, amplo e completamente intuitivo,
E concentra-se tudo em mais de um ponto, é um prazer quase destrutivo.

Não há clímax numa reunião tão desejada,
Do gesto mais diminuto ao mais longo e demorado,
São todos de forma tão dedicada, arrepiantes e determinados.

E quando acabarmos sem que tenhamos mais guião,
Refazermos tudo o que os humanos não conseguirão imaginar,
Assim me entrego a este furacão, que nunca vai parar de girar.

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