O meu espelho

Ausente para que ninguém me chateie
Há demasiadas coisas que podemos dizer,
E quem diria que com um sorriso se poderia reconhecer
Que falhamos mesmo que sem querer, mesmo sem saber,
Aprendeste isto a sorrir para a tua maneira errada de viver

Tudo o que vais apanhando com as mãos cheias de sujidade,
É metade da merda que absorves com os olhos, e na verdade,
Fica o olhar baço, com tanta areia que atirar para prenderes a liberdade,
E é a olhos vistos que te enganas para que consigas suportar a sinceridade.

Enquanto arrumas, enxugas e dobras e usas as mãos para desfazer o sonho,
Agarras com elas a esperança da estúpida estabilidade que rompe o que proponho,
E usas a ponta dos dedos para trazer a alguém o prazer que entretanto sonho,
Seja instantâneo como qualquer coisa que compões e que eu disponho.

Na verdade são partes, partes de um todo que não se deveriam distinguir,
E junta-las será uma das artes que terás de aprender a esgrimir,
Ficas tu sentado em frente a mim a copiar os gestos que estou a reflectir.

2 comentários:

Beatriz 10:25 da manhã  

Estive a pensar e acho q poderias muito bem ser colunista de um jornal ou revista, daqueles que não são todos sobre política lol. Claro que não poderias escrever em forma de poema e assim tão profundo, mas certamente fazer-te-ias ouvir e libertarias toda esta revolta e vontade de mudar que leio nos teus textos. Que achas?

Beatriz 10:28 da manhã  

Apesar de ler toda a revolta que sentes, confesso que os teus textos são ainda assim uma delícia. Lêm-se e no fim dá vontade de parar o mundo e pegar o micro para toda a gente ouvir... Gostava que conseguisses fazer alguma diferença, dar uso a esse teu dom, porque é uma pena deixá-lo no escuro. Não foi certamente esse o objectivo com que to deram...

Continua a escrever, que eu 'exijo' ler! =P

Beijocaa*